
O PSG é um time relativamente novo: se os grandes clubes europeus passam dos 100 anos, a equipe da capital francesa chegou a 50 neste ano. Grandes jogadores atuaram com seu uniforme, como George Weah, Luis Fernandez e os brasileiros Raí, Ronaldinho Gaúcho e agora Neymar. Mas o PSG na Liga dos Campeões não teve grandes sucessos: uma semifinal em 1994-95 e quatro eliminações seguidas nas quartas sucedidas por três eliminações seguidas nas oitavas. Para um time dominante na França, esses são resultados fracos. Ainda mais com o investimento feito.
Mas o PSG na Liga dos Campeões 2019/20 conseguiu fazer diferente. A temporada inteira teve uma novela envolvendo Neymar, o dirigente Leonardo e o Barcelona à espreita. Leonardo fincou o pé, o astro ficou e o Barcelona ficou a ver navios. O time foi o líder na fase de grupos, deixando o Real Madrid em segundo – e uma vitória imponente por 3 a 0 em Paris – e bateu o Borussia Dortmund nas oitavas, logo antes da pandemia interromper a competição. Foram cinco vitórias e um empate.
Não dá para negar que o chaveamento ajudou o time. A equipe pegou Borussia, Atalanta e RB Leipzig no seu caminho até a final. Mas o RB Leipzig eliminou o Atletico de Madrid. Ou seja, é preciso fazer sua parte. E ninguém pegou leve nas críticas nos anos anteriores quando o time foi eliminado nas oitavas, independente de ter tido que encarar Barcelona, Real Madrid e Manchester United.
A chegada nas finais também coincide com a presença em campo de Neymar, já que nas duas eliminações do PSG após a chegada do craque ele estava de fora, machucado. O time quase correu o mesmo risco nesta temporada, mas com Mbappé.
O atacante francês recebeu uma entrada criminosa na final da Copa da França e teve que começar no banco contra a Atalanta. O time italiano abriu 1 a 0 e viu Neymar errar dois gols incomuns. Mas se aos 43 minutos do segundo tempo o placar fazia a Atalanta avançar, aos 44 minutos tínhamos um empate e três minutos depois o PSG deu o golpe final, com gol de Choupo-Mouting.
As semifinais foram com amplo domínio: Marquinhos abriu o placar e Di Maria e Bernat completaram o 3 a 0.
A grande diferença

O PSG teve bons times ao longo dessa última década, subindo ainda mais de patamar após a contratação bombástica de Neymar e Kylian Mbappé. Mas a equipe sempre pareceu desconectada. Não é surpresa para ninguém que não era o vestiário mais unido, a hierarquia parecia atrapalhada e o envolvimento de Neymar com o clube, a cidade e o elenco também não parecia ideal.
A chegada de um brasileiro para ser o diretor de futebol parece uma acomodação à grande estrela, mas foi justamente o contrário. Os dois bateram cabeça e não faltaram vazamentos para a imprensa. Leonardo teria cobrado comprometimento e envolvimento.
Claro que vitórias muitas vezes mascaram comportamentos e o que antes era um problema agora é varrido para debaixo do tapete. Não se sabe se Neymar ainda quer sair do PSG, como deixou claro na janela passada. Mas é possível notar que o craque joga de forma mais inteligente, sem segurar tanto a bola, reclamar com os juízes e bater boca com os adversários. Só isso já é uma diferença enorme.
Além disso as derrotas foram criando casca. Thiago Silva, Marquinhos, Verratti, Di Maria, todos eles perderam nos últimos anos. A chegada de Keylor Navas, muito vitorioso no Real Madrid, também deu mais segurança ao gol. Gianluigi Buffon, curiosamente, não conseguiu fazer isso e foi um dos que falhou na eliminação para o Manchester United.
O elenco parece bastante unido e foi rejuvenescido, com Presnel Kimpembe e Timo Kehrer ganhando mais importância. Thomas Tuchel, outro que sempre teve um alvo no peito e uma metralhadora de críticas apontada para ele, também está ganhando crédito neste momento.
Tudo lindo e maravilhoso, mas não fique surpreso com a seguinte informação: pelas odds da Betfair o PSG na Liga dos Campeões 2019/20 é o azarão. O Bayern de Munique está atropelando geral. Amanhã falaremos sobre a trajetória do time bávaro.