As grandes decepções da temporada europeia até agora

Já estamos com quase três meses de temporada europeia rolando, e o desempenho dos times no médio e longo prazos começam a ficar mais nítidos. Pensando nisso, resolvemos fazer uma lista especial com algo que todo torcedor gosta de fazer: cornetar seu time. Vamos falar a seguir, então, dos cinco clubes europeus que mais decepcionaram até o presente momento!

É normal discordar, então fala pra gente nos comentários quem você trocaria por quem ou quais posições inverteria na lista, que tal?

5. Borussia Dortmund

Marco Reus e o resto do Borussia Dortmund até têm feito bons jogos, mas ainda não convenceram seu torcedor de que podem lutar por coisas grandes esta temporada

Ficamos em séria dúvida sobre quem deveria pegar nossa quinta posição: Real Madrid ou Borussia Dortmund. Resolvemos escolher o Dortmund porque, antes de mais nada, o time espanhol não está tão mal assim nas últimas rodadas e dá claros sinais de recuperação em suas performances recentes.

Esse 5º lugar para o Borussia se justifica por conta da expectativa criada em torno do time para a temporada atual – aliás, este será um motivo recorrente na lista, note – e a decepção com o que temos visto até agora.

Desde a saída de Jürgen Klopp que não se via um Borussia investindo tão pesado em contratações, mas os resultados não vieram até agora. Peças úteis, mas que já não rendiam no time, vide Kagawa, foram vendidas para que se trouxesse, entre outros, Thorgan Hazard, Julian Brandt, Nico Schulz e o velho ídolo Mats Hummels para reforçar o elenco com autoridade.

Na Liga dos Campeões, o clube está sofrendo para garantir a segunda vaga que seja, embora o grupo seja bem complicado (Inter de Milão, Barcelona e o azarão Slavia Praga). Já na Bundesliga, o time tinha tudo para estar lá em cima, ainda mais com o Bayern de Munique não sendo exatamente a máquina de vencer das últimas temporadas, mas no momento está empacado numa incômoda quinta posição.

Com um elenco estrelado e poderoso como não se via há anos, o torcedor do Dortmund espera mais, bem mais, do que apenas quatro vitórias em nove jogos do Campeonato Alemão. O Borussia só perdeu uma vez, é verdade, mas o problema é empatar demais e não ter poder de decisão, ao que parece. Falta alguma coisa para as coisas engrenarem no time aurinegro da Alemanha.

4. Manchester United

O Manchester United tem combinado estrelas consagradas com jovens promessas, como o zagueiro congolês Aex Tuanzebe, mas ainda não achou a fórmula do sucesso

Não é segredo para ninguém que as coisas mudaram, e mudaram para pior, desde que Sir Alex Ferguson se aposentou do futebol e, por consequência, do Manchester United. Desde a saída do lendário técnico, o clube só conseguiu ganhar uma FA Cup e uma Liga Europa – o que seria glorioso para outros times, mas não para um gigante acostumado a papar todos os títulos mais importantes como é o caso dos Red Devils.

Começamos falando sobre técnicos porque, no caso do United, esse é o motivo número um para problemas e decepções nos últimos tempos. Depois da saída de Sir Alex, vieram David Moyes, Louis Van Gaal e José Mourinho, todos com pouco ou nenhum sucesso, ao menos para os altos parâmetros do clube.

O atual treinador é o ex-jogador e herói do clube Ole Gunnar Solskjaer, que começou sua passagem pelo time muito bem no meio da temporada passada, mas não conseguiu nada melhor do que um insosso sexto lugar na Premier League, pegando vaga na Liga Europa. Ao fim da temporada, problemas de vestiário fizeram com que nomes comprados a peso de ouro em anos anteriores fossem embora, casos de Alexis Sánchez e Lukaku, por exemplo.

Na temporada atual, a coisa vai ainda pior. O grande mérito do United até agora foi ter vencido Chelsea e Leicester por placares magros e segurado empates em casa com os rivais Arsenal e Liverpool – muito menos do que o torcedor está acostumado. As três vitórias, quatro empates e três derrotas dos Red Devils os colocam na sétima posição, muito aquém do que se espera do maior campeão inglês de todos os tempos. Solskjaer está longe de estar seguro no cargo.

3. Arsenal

Gabriel Martinelli tem feito jogos espetaculares e já é um dos artilheiros do Arsenal, mas o brasileiro é apenas um ponto de luz num mar negro de crise nos Gunners

Ainda falando dos ingleses, quem vive situação parecida com a do Manchester United é um dos seus maiores rivais, o Arsenal. Foram longos 22 anos de Arsène Wenger, mas a dinastia chegou ao fim, e com o fim vieram novos problemas para resolver. Falar mal do próprio time é algo que qualquer torcedor fica bem confortável fazendo, e assim será com este e vos escreve agora.

A primeira temporada de Unai Emery à frente dos Gunners não foi exatamente boa, mas ninguém esperava milagres depois de anos de marasmo no Emirates Stadium. O técnico espanhol levou o time a uma final europeia pela primeira vez em 13 anos, mas (de novo) o Arsenal saiu derrotado.

Na temporada atual, porém, os chefes de futebol Raul Sanllehi e Edu Gaspar colocaram as manguinhas de fora. Se por um lado o time mostrou problemas de vestiário na temporada passada e perdeu na última janela de transferências, entre outros, Ramsey, Petr Cech, Lichtsteiner e Welbeck (todos de graça) e ainda vendeu Iwobi, Koscielny, Monreal e Ospina, muita gente muito boa chegou para reforçar o clube: Pépé (contratação mais cara da história do time), Tierney e mesmo Gabriel Martinelli, que está se provando um talismã para o time.

Em campo, porém, o Arsenal tem decepcionado demais o torcedor. O começo de temporada foi bom, com vitórias importantes em ambas Premier League e Liga Europa (onde o clube continua muito bem, é verdade), mas aos poucos as falhas foram aparecendo e as vitórias foram rareando.

A impressão que se tem, na verdade, é que mesmo com peças de luxo como Lacazette, Aubameyang, Özil e outros no elenco, o Arsenal de Emery não tem estratégia de jogo. Se tornou comum ver o time abrir vantagens consideráveis e sofrer empates e viradas vexatórias – vide os jogos recentes contra Liverpool e Crystal Palace.

A cereja no bolo da desgraça aconteceu com o capitão Xhaka, que foi insultado dentro e fora de campo e explodiu de revolta no empate com o Palace, jogando a braçadeira e a camisa no chão e provocando a torcida. Já houve pedido de desculpas, mas é um ótimo retrato da situação do time, atual quinto no Campeonato Inglês e com um técnico cada vez mais ameaçado no cargo, sem entregar nada e, o pior, não dar nenhuma perspectiva de melhora.

2. Atlético de Madrid

Morata saiu do Chelsea para tentar alavancar uma carreira já morna no Atlético de Madrid, mas o que se vê é um dos ataques mais ineficientes entre os grandes da Europa, e isso tem custado caro

Imagine que você compra um atleta, ele se torna seu melhor jogador disparado, é campeão do mundo com seu país justamente por você tê-lo dado visibilidade (já que você é um time de ponta) e, cinco anos depois da compra, revende por mais que o dobro do que foi pago e compra uma nova estrela em ascensão – parece um bom modelo, não parece? Para o Atlético de Madrid, pelo menos até agora, não foi.

Esse atleta que citamos no exemplo é, é claro, Antoine Griezmann, vendido ao Barcelona pela bagatela de 120 milhões de euros depois de o Atlético tê-lo comprado junto à Real Sociedad por já inflacionados 54 milhões de euros em 2014; a jovem estrela em ascensão, por sua vez, é João Félix, comprado por absurdos 1256 milhões junto ao Benfica.

Acontece que o português agora está lesionado, e o Atlético se vê numa situação em que seu ataque simplesmente não funciona. Para se ter noção, os Colchoneros são o time com menos gols entre os 14 primeiros de La Liga. É verdade que, como tem sido há anos, a defesa é imbatível, tendo sofrido apenas seis gols, – a melhor do Campeonato Espanhol – mas isso faz do time o protagonista de jogos tediosos e 0x0 frequentes (foram três nas 11 rodadas até agora).

O caso do Atlético acaba sendo bem parecido com o do Borussia Dortmund. Como falamos, havia toda a expectativa em torno da primeira temporada do novo astro João Félix, mas também o fato de que, pela primeira vez em anos, os grandes rivais do Atlético estarem capengando no campeonato.

Ambos Barcelona e Real Madrid viveram começos de temporada fraquíssimos, e o Atléti tinha tudo para roubar a liderança e se consolidar como candidato ao título espanhol. O que o torcedor vê, porém, é um time que parece ter medo de atacar, não faz questão nenhuma de chegar ao gol do adversário e não tem perspectiva nenhuma de sair da insossa quarta posição na qual se encontra.

1. Tottenham Hotspur

Finalista da última Liga dos Campeões, Harry Kane ainda não conseguiu ajudar os Spurs a chegarem nem perto do ótimo desempenho da última temporada. É como se aquele time tivesse desaparecido

O clichê diz que quanto mais alta a escalada, pior a queda. Parece ser exatamente isso o que está vivendo o Tottenham, nosso medalhista de outro nessa lista que ninguém quer liderar. De finalistas da última Liga dos Campeões a humilhados na atual fase de grupos e pior time do Big 6 da Premier League, os Spurs não têm nada para comemorar neste início de temporada.

Desde que os grandes ingleses deixaram de ser considerados quatro (Arsenal, Chelsea, Liverpool e Manchester United) e se tornaram seis (com Manchester City e o próprio Tottenham), os Spurs nunca haviam vivido uma temporada tão boa quanto a 2018-19. Igualando o arquirrival Arsenal, o clube chegou numa final de Champions e saiu com o vice-campeonato, mas com toda a dignidade de quem sabe que é azarão e joga sem medo do adversário favorito.

Essa imagem heroica, porém, parece ter sido descontruída com a chegada da nova temporada. O time do Tottenham simplesmente não consegue jogar bola, tem um ataque medíocre e uma defesa muita vazada dentro da Premier League e pior ainda na Liga dos Campeões. O auge foi ver o clube sofrer uma acachapante derrota de 7×2 para o Bayern de Munique em pleno Tottenham Hotspur Stadium, em Londres.

A questão do Tottenham é que, em relação a todos os outros times que citamos aqui, é a mais preocupante e pelo seguinte motivo: não parece ter uma causa visível. O time é basicamente o mesmo da temporada passada, tendo trocado apenas coadjuvantes do elenco e mantido suas principais peças, que deveriam ainda estar jogando em grande nível. O que se vê, porém, é um time absurdamente imprevisível, e quase sempre de um jeito negativo, que ganhou só três jogos de Premier League até agora (todos contra adversário relativamente fáceis), não conseguiu ganhar nenhum contra o Big 6 e deu vexames perante clubes como Newcastle e Brighton.

Quando parecia que Mauricio Pochettino era absoluto no norte de Londres, de repente o técnico vê seu emprego em perigo e seu time eliminado da Copa da Liga Inglesa precocemente, sofrendo para avançar na Champions e amargando uma vergonhosa 11ª posição no Campeonato Inglês. Se isso não é decepcionar, não sabemos o que pode ser.

Comentários do Facebook