Zidane está de volta ao Real Madrid

Para imensa alegria de todos os torcedores do Real Madrid, o final de semana que já estava bom após a goleada fora de casa aplicada no Valladolid ficou ainda melhor com o anúncio no início da tarde desta segunda-feira: Zinedine Zidane é, novamente, o técnico do clube merengue.

O treinador tricampeão da Liga dos Campeões da Europa com o Real havia se afastado assim que o clube da capital espanhola levantou mais uma orelhuda depois de derrotar o Liverpool na final da edição 2017-18, com a justificativa de tirar um ano sabático e se dedicar à família.

Nesse meio tempo, o Real Madrid foi se afundando num pesadelo sem fim, começando com a saída de Cristiano Ronaldo para a Juventus. Em seguida veio a fase Lopetegui à frente do clube, cujo aproveitamento ridículo de 42% nos seus tenebrosos quatro meses se tornou o pior do time em mais de 30 anos – foram seis vitórias, dois empates, seis derrotas, um golzinho de saldo e, óbvio, zero troféus.

Depois da demissão do espanhol, o argentino Santiago Solari foi promovido de técnico do time B para os profissionais e, embora o trabalho duro, que gerou uma considerável melhora no desempenho do time, as duas derrotas para o rival Barcelona e, principalmente, a humilhação sofrida para o Ajax dentro do Bernabéu que eliminou os atuais campeões da Champions foi mais do que Florentino Pérez e a diretoria puderam suportar.

O que o chefão Pérez mais queria, para terror da maior parte dos torcedores (e provavelmente dos jogadores, embora ninguém tenha falado nada, é claro), é que o escolhido para novo técnico fosse um velho conhecido dos merengues, e que também está no mercado em busca de um novo clube: José Mourinho

Ainda ontem chorei de saudades…

lopetegui benzema
A fase Lopetegui foi um verdadeiro pesadelo dentro e fora de campo, tanto que o treinador não durou nem 5 meses à frente do clube

A verdade é que nenhum torcedor queria que Zidane tivesse saído depois de sua gloriosa passagem pelo clube, entre 2016 e 2018. Neste breve período de três temporada, o francês vice-campeão do mundo com a França em 2006 trouxe para o Santiago Bernabéu uma coleção invejável de troféus, incluindo aí um Campeonato Espanhol, três Ligas dos Campeões, duas Supercopas da UEFA, dois Mundiais de Clube da FIFA e uma Supercopa da Espanha.

A saída de Zizou foi recebida com muita tristeza, mas não com raiva ou desconfiança – afinal, o francês não aceitou nenhum outro cargo de técnico nesse período e, conforme o próprio dissera, o período de folga foi dedicado à família, o que qualquer um pode compreender, ainda mais levando em conta que se tratava da primeira experiência do lendário ex-jogador comandado um time do banco de reservas e, logo de cara, com tanto sucesso.

O torcedor do Real podia temer apenas duas coisas: ser obrigado a engolir a escolha forçada do presidente Florentino Pérez, que estava louco para trazer José Mourinho de volta, ou então ver Zidane sendo contratado por outro gigante europeu que estivesse pensando em trocar de técnico – e dava para incluir aí na lista PSG e até Manchester United.

O que o futuro reserva para o Real e Zizou

asensio real madrid
O Real Madrid já pode dar sua temporada por encerrada, mas o trabalho para 2019-20 com Zidane de volta ao comando começa já

A situação do Real saiu de “delicada” e entrou em “catastrófica” assim que o apito final soou no Santiago Bernabéu e sacramentou a vitória do Ajax e consequente eliminação madridista da Liga dos Campeões. O mesmo aconteceu na Copa do Rei, a qual o time disse adeus do pior jeito possível: tomando baile de 3×0 do pior rival, o Barcelona, dentro de casa.

O Campeonato Espanhol, por fim, embora ainda não esteja decidido, parece um sonho cada vez mais distante e improvável. O Barça lidera com 63 pontos, enquanto que o Real Madrid está com apenas 51 – e ainda por cima está atrás do segundo maior rival, o Atlético de Madrid, que tem 56 pontos. Para se ter noção, as odds em Betfair caso os Merengues ainda se sagrem campeões são de obscenos 76 para 1.

O trabalho de Zidane começa fora do campo e isso não é segredo pra ninguém. Cabe ao francês motivar um elenco abatido por seguidas derrotas e eliminações, garantir uma vaga na próxima Liga dos Campeões e, aí sim, voltar a sonhar com dias de glória, tão comuns na primeira passagem do francês por Madrid.

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