Ano Zero no Chelsea: O que esperar da primeira temporada com o técnico Lampard

Desde que passou a receber investimentos massivos do russo Roman Abramovich, lá pelos idos de 2003, quando se tornou dono do clube, o Chelsea assumiu o papel de um dos protagonistas na Premier League e em toda a Europa, culminando em grandes temporadas como 2011-12, com título de UEFA Champions League.

Nesses pouco mais de 15 anos, foram quase 20 títulos de relevância local e continental, mas os tempos parecem nebulosos para o lado Oeste de Londres. Uma era parece estar chegando ao fim no time azul, e o preço das regras violadas no Fair Play Financeiro (FFP) europeu começa a pesar para o Chelsea.

Eden Hazard, entre outros, já faz parte do passado do clube. E o novo técnico, o herói Frank Lampard, terá muito trabalho pela frente para manter o clube no qual fez carreira e virou ídolo no patamar competitivo que seus torcedores se acostumaram nas últimas décadas. A seguir vamos, então, falar um pouco sobre isso mais a fundo e descobrir o que o torcedor blue pode esperar na temporada 2019-20, que se inicia em poucos dias.

Vida que segue sem Hazard

Eden Hazard agora faz parte do passado do Chelsea, e o futuro nunca pareceu tão amedrontador para os lados de Stamford Bridge

A realidade de muitos times médios e grandes do mundo, incluindo aí gente como Ajax, Porto, Roma e qualquer brasileiro é ver seus jogadores mais importantes saindo para os gigantes europeus por grandes fortunas e ter que se conformar com isso.

Até pouco tempo atrás, o Chelsea fazia parte desse segundo grupo, mas seu torcedor teve que ver, com horror, algumas peças-chave trocando o time azul de Londres por milionários estrangeiros – notadamente, o Real Madrid, que primeiro levou o goleiro Courtois e, assim que a janela de transferência abriu, pegou um dos melhores do mundo para si pela bagatela de 100 milhões de Euros: Eden Hazard, que deixou o Chelsea depois de sete anos, duas taças de  Premier League, duas de Liga Europa e uma de FA Cup.

Fora Mateo Kovačić, que veio justamente do Real Madrid já no meio da temporada passada, a única contratação de peso do Chelsea até agora é a do jovem Christian Pulisic, promessa que veio do Borussia Dortmund. Na verdade, o americano de 20 anos já havia sido contratado pelos Blues em janeiro, mas o acordo previa ao atleta terminar a temporada no time alemão.

Fora isso, o mercado foi e deve continuar morto para o Chelsea até seu fechamento, que acontece quinta-feira agora (8) na Inglaterra. Vale destacar, porém, que o principal reforço dos Blues vem para o banco: Frank Lampard é o novo técnico, depois de uma temporada de muito sucesso no Derby County, que culminou em final de play-off contra o Aston Villa – derrota por 2×1, ou seja, o acesso ficou ao alcance das mãos.

O trabalho do herói blue é reconstruir um time que gravitava ao redor do Sol-Hazard e precisa se reencontrar dentro e fora de campo.

Os problemas financeiros e os objetivos da temporada

Frank Lampard volta ao Chelsea na condição de técnico para tentar fazer as pazes da torcida com seu treinador depois de passagens breves e complicadas de José Mourinho, Antonio Conte e Maurizio Sarri

A falta de contratações ilustra bem a situação financeira delicada na qual o Chelsea se meteu, ainda mais depois de várias temporadas seguidas esbanjando dinheiro sem medo de ser feliz – não é para qualquer um gastar 77,5 milhões de euros em Kepa Arrizabalaga, 63 milhões de euros em Álvaro Morata e tantos outros.

Até agora, tirando os dois atletas que chegaram, o que se viu foi uma janela de transferência de limpeza na folha salarial. Entre empréstimos, vendas e dispensa de atletas, foram mais de 35 nomes a deixar Stamford Bridge. Isso representa um lucro de mais de 177 milhões de euros, fora o alívio na folha de pagamento.

Sabendo da sua nova realidade financeira e as consequências que isso traz, o Chelsea deverá se conformar com voos mais baixos na temporada atual. Gostando ou não da informação, o fato é que Hazard carregou o time nas costas por muito tempo. Não fosse o belga, a conquista da última Liga Europa em cima do rival local Arsenal teria sido bem mais complicada, se é que teria existido.

Nas competições domésticas é difícil prever o desempenho do Chelsea, já que os clubes em geral usam ambas FA Cup e Copa da Liga Inglesa para testar jogadores e rodar elenco. Dentro da Premier League, dadas essas informações, é difícil imaginar o Chelsea ficando acima da quarta posição, mas também não muito abaixo disso.

A disputa no Campeonato Inglês deve ser com os velhos rivais Arsenal e Manchester United, enquanto que Manchester City, Liverpool e Tottenham brigam mais acima (e talvez Everton, West Ham e uns outros deem trabalho logo abaixo, mas disso falaremos em outro post, ainda essa semana). Em Betfair, as odds para o Chelsea ser campeão inglês são de 41 para 1, o quarto menos bem pago – ou seja, o quarto mais bem cotado (empatado com o Manchester United). Se ficar no Top 4, os números são mais apertados: 2,3 para 1.

O técnico Frank Lampard tem à sua disposição 29 atletas sêniores no momento e, com a janela de transferência na Inglaterra fechando em apenas dois dias e nenhuma especulação forte no momento, é difícil imaginar qualquer um chegando. A realidade do Chelsea, no momento, é trabalhar com as peças que tem e tentar surpreender positivamente – quase uma especialidade de Lampard.

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