No dia 7 de agosto de 2018, eu escrevi um texto sobre Unai Emery e Maurizio Sarri chegando nos londrinos Arsenal e Chelsea. Os dois treinadores eram novos na Inglaterra, mas a partir daí suas situações eram diferentes.
Pelos resultados, daria para dizer que ambos fazem trabalhos dentro do esperado. Só que Sarri está muito mais pressionado. Por que será isso?
Vamos aos tópicos.
O vestiário do Chelsea parece ser um problema novamente
A instituição Vestiário do Chelsea ® é sempre um problema. Muitos treinadores tiveram que se curvar a ela ou acabaram degolados por ela. Felipão até hoje se comenta que foi uma das vítimas de maior nome.
A última foi a recusa do goleiro Kepa Arrizabalaga de sair de campo, mesmo lesionado, nos minutos finais da prorrogação da final da Copa da Liga Inglesa. O Chelsea perderia nos pênaltis para o Manchester City.
Sarri também nunca foi de se conter. Ele pode não ser o fumante inveterado à beira do campo como era na Itália, mas continua aberto em entrevistas.
Com Hazard ele já disse que não é um líder de grupo e que precisa se decidir se vai para o Real Madrid ou fica em Londres. As declarações não foram polêmicas, já que ele sempre destacou a qualidade do jogador, mas mostram que ele não tem medo de exposição.
O desempenho em campo é ambíguo. O time está em sexto na Premier League, o que não é bom. Mas entrando no já se sabia que o Chelsea não estava no patamar do City, hoje consolidado, e o Liverpool, que cresceria em relação ao já bom 2017/18.
Só que perder de 6 a 0 para o time de Guardiola machuca. Só que no meio da crise com Kepa e com Willy Caballero no gol, os blues vão lá e vencem o Tottenham por 2 a 0.
No fim, é difícil fugir de um lugar comum: é a primeira temporada de Sarri no Chelsea e no futebol inglês. É preciso deixar o homem trabalhar. Só que no Chelsea se demite campeões da liga (Mourinho, Conte), da Champions League (Di Matteo) e treinadores vitoriosos (Felipão, André Villas-Boas) sem dó nem piedade.
O Arsenal está se reconstruindo
O casamento de Arsene Wenger e o Arsenal durou 22 anos e pelo menos nos quatro finais foi completamente infeliz. É claro que o clube não sairia dessa para uma era vitoriosa com Unai Emery logo de cara.
Mas o time está em quarto na Premier League, uma boa posição comparado aos últimos anos, e vivo na Europa League.
Claro que dá para fazer críticas ao treinador ex-Sevilla e PSG. Só ver que o time tomou 38 gols até o momento na Premier League. Newcastle e Crystal Palace, 13º e 14º, levaram 34 e 38 respectivamente. O City, 20. O Liverpool, 15. Deu para entender?
Assim como com o Chelsea, também teve momentos humilhantes (derrota por 5 para o Liverpool) e jogos importantes, de bom futebol. Mas Emery tem algo que Sarri não tem.
Há alguma diretoria mais paciente com treinador que a do Arsenal? Provavelmente não. E o time não é tão talentoso. Mesut Ozil deve sair e, sinceramente, não fará tanta falta, especialmente por sua postura em campo.
Emery terá tempo para montar seu elenco e ele está fazendo por merecer essa confiança. O clube ainda passa por limitações financeiras, por isso é de se esperar que a culpa não recaia sobre o treinador.
Algo curioso
Apesar do clima no Arsenal parecer ser melhor que a eterna pressão do Chelsea e os gunners estarem em quarto no momento, as odds para o G4 na Betfair indicam algo curioso. O Arsenal paga mais, ou seja, é visto como menos provável que fique entre os 4 primeiros, que os blues.
O Chelsea paga 1,9, enquanto o Arsenal está em 2,87. O Tottenham, que é o terceiro hoje, paga apenas 1,25 para 1. E o Manchester United, quinto e colado no Arsenal, 2 para 1.