Criada em 1992 para a Fifa (Federação Internacional de Futebol) ganhar mais dinheiro, a Copa das Confederações foi mudando ao longo de suas disputas e chegou de forma melancólica à edição de número nove na Rússia. Até o técnico que venceu o torneio, o alemão Joachim Low, pediu a extinção da competição.
Isso depois de levar a seleção reserva da Alemanha para superar sem qualquer dificuldade os campeões dos outros continentes e a Rússia, que por ser sede do mundial teve o direito de sediar o torneio como um evento-teste para a Copa do Mundo de 2018.
Entidade resolve dobrar a fórmula fracassada
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, resolveu escutar as muitas críticas e aboliu o torneio. Porém, inventou outra competição similar que em vez de ser realizada a cada quatro anos será disputada a cada duas temporadas, nos anos ímpares. A revelação foi feita pela agência de notícias Reuters.
A proposta ainda precisa ser aprovada pelos membros da entidade, porém, conta com um argumento que os cartolas não costumam refutar: a chance de faturar alto.
De acordo com o cartola, investidores estariam dispostos a bancar US$ 25 bilhões (cerca de R$ 90 bilhões) pelos direitos de transmissão do torneio que receberia o nome de “Final 8”.
Formato tem ares de vale a pena ver de novo
Embora seja indicado como uma alternativa para a fracassada Copa das Confederações e seu formato ainda não tenha sido definido, as primeiras impressões dão a impressão de vale a pena ver de novo.
A competição reuniria oito representantes das confederações vinculadas à Fifa que disputariam o que a entidade está vendendo aos investidores como uma mini-Copa do Mundo.
A falecida Copa das Confederações também reunia oito seleções em busca do título. Ou seja, na prática, a entidade está apenas dando uma embalagem nova a um produto velho na tentativa de encher ainda mais os seus cofres.
Torneio provocaria mudanças importantes no calendário
A princípio a competição seria realizada entre os meses de outubro e novembro. Isso provocaria mudanças radicais no calendário mundial. Na América do Sul, nessa época do ano são disputadas as partidas decisivas da Copa Libertadores e também na Copa Sul-Americano. No Brasil, é o período da reta final do Campeonato Brasileiro e também dos jogos das fases finais da Copa do Brasil.
Na Europa, o torneio afetaria a disputa da primeira fase da Liga dos Campeões da Europa, o mais rentável torneio de clubes do planeta, e também interferiria na programação das principais ligas nacionais do Velho Continente.
Critérios técnicos são deixados em segundo plano
Como acontece frequentemente nas invenções da entidade que controla o futebol mundial, os critérios técnicos ficam em segundo plano. A prioridade sempre é encontrar uma fórmula para arrecadar mais dinheiro. Qualidade é apenas um detalhe.
Foi assim, por exemplo, com a proposta de ampliar de 32 para 48 o número de disputantes da Copa do Mundo. Isso não apenas garantiu a manutenção de Infantino no comando da Fifa como permitirá o aumento da arrecadação com direitos de transmissão do evento pela TV. Como vai ser feita a disputa ainda não se sabe. Até aventou-se a formação de grupos com três seleções cada, fórmula que fracassou no passado.
O mesmo acontece com a Copa das Confederações 2.0. A princípio, seriam criadas ligas continentais. Isso, na prática, multiplicaria por dois a realização de competições como a Copa América e Eurocopa, por exemplo. Foi dada a licença até mesmo para a elitização dos torneios continentais com a criação de divisões diferentes para a seleção. No final das contas, isso significa colocar mais jogos no calendário, apesar de o ano continuar com apenas 365 dias ou 366 a cada quatro anos.