
Os últimos 3 ou 4 meses na vida de Neymar foram provavelmente alguns dos mais complicados da sua carreira até agora, concorrendo com as graves lesões de 2014, que prejudicaram e muito sua Copa do Mundo do Brasil, e também com a do metatarso de 2018. Aliás, de janeiro deste ano até agora, o camisa 10 da Seleção viveu uma espécie de inferno astral difícil que só agora, depois do empate em 2×1 com a Colômbia, parece estar começando a se dissipar.
Vamos falar um pouco a seguir sobre a performance da Seleção Brasileira no primeiro amistoso dessa Data FIFA e também sobre Neymar, cuja recuperação dentro e fora de campo depende cada vez mais do seu desempenho com a camisa amarelinha.
Os meses complicados
Todo mundo sabe do histórico complicadíssimo de lesões que acompanha Neymar desde os tempos de Santos, quando ele era apenas uma jovem promessa. Os anos não foram gentis e os problemas físicos do atleta o perseguiram pode onde quer que ele fosse, prejudicando a carreira dele tanto nos clubes quanto na Seleção Brasileira.
Não bastasse o problema físico – sendo o mais recente o combo metatarso + ligação do tornozelo, ocorridos no começo do ano – o craque brasileiro viu sua carreira fora de campo ser virada de cabeça para baixo com as acusações de agressão e estupro – que no final das contas não deram em nada, mas serviram de publicidade, em geral bem negativa, independentemente de qualquer coisa.
Caos no mercado europeu
Também não é segredo nenhum que Neymar Jr. é um cara complicado de se lidar quando o assunto é negociação, transferência e, via de regra, praticamente qualquer coisa que seja extra-campo. A saída do Santos para o Barcelona não veio sem uma boa dose de complicação (com ajudinha do papai, é verdade), assim como a troca dos catalães pelos parisienses do PSG.
Um dos maiores papos da última janela de transferências da Europa, finalizada desde o dia 2, era a possível transferência do jogador do PSG de volta para o Barcelona, ou então para o Real Madrid e até a Juventus (que supostamente ofereceu Dybala e um caminhão de dinheiro ao time francês e tomou portada na cara).
Mesmo forçando a saída, brigando com meio mundo no PSG e queimando seu filme de maneira violenta com o técnico Thomas Tuchel, com o diretor de futebol Leonardo e muita gente do próprio elenco. Ver Kylian Mbappé roubando o protagonismo no clube, treinar separado e sequer ser relacionado para os jogos recentes foram só a cereja no bolo de horrores.
Como dar a volta por cima, afinal?

Voando com o Brasil, é a resposta simples e direta para essa pergunta. Depois desses meses pavorosos que citamos, Neymar ainda viu a Copa América pela televisão, já que a lesão (e as polêmicas fora do campo) o tiraram da lista de convocados final de Tite – e Deus sabe que Neymar precisava de um boost na carreira como um título de Copa América.
Agora que voltou ao posto que ocupa praticamente desde que a década começou, Neymar precisa provar para si mesmo e para o mundo que ainda dá conta do recado. Nos 90 minutos contra a Colômbia, Neymar deu assistência para Casemiro abrir o placar e, quando o Brasil havia tomado a virada, chamou a responsabilidade para si e marcou o segundo.
Ser a referência técnica de todo o time é apenas uma parte do que se espera de Neymar. Ser o artilheiro, o camisa 10 e eventualmente o capitão na prática (mesmo que sem a braçadeira oficial) são essenciais não apenas para que a Seleção atinja seu potencial máximo, mas também para ressuscitar uma carreira de clubes que anda moribunda e sem moral depois de uma sequência de lesões, polêmicas e show de horrores no mercado de transferência.
O desempenho excelente contra a Colômbia ontem (6) foi uma ótima amostra de que o atacante ainda é um dos melhores do mundo, e a estratégia é não parar por aí. Se quiser qualquer papel maior do que esquenta-banco do PSG pelo resto da temporada da Europa até pelo menos janeiro, Neymar vai ter que rebolar, e começar a fazer isso com a 10 do Brasil é um ótimo começo.