Neymar fora da Copa América. E agora, Tite?

Não bastasse as polêmicas nas quais Neymar Jr. se meteu só nos últimos dias, quis o destino que o camisa 10 da Seleção Brasileira saísse de campo chorando, carregado e mais do que lesionado depois de menos de 15min em campo no amistoso contra o Catar. O diagnóstico final do craque do PSG não podia ser mais desanimador: rompimento do ligamento do tornozelo direito, que tira o jogador da Copa América.

A pergunta a ser feita depois de Tite descobrir que não vai poder contar com seu principal atleta é simples: e agora? Quem vai substituir Neymar? Como e de que maneira isso afeta o desempenho da Seleção Brasileira na Copa América 2019, que vai começar na próxima sexta-feira, dia 14 de junho?

As opções de reposição

Quem entrou em campo no lugar de Neymar ontem (5) foi Everton, que não fez exatamente um jogo dos sonhos, mas ainda assim deve herdar a posição titular – ou ao menos é o que parece óbvio. De qualquer maneira, Tite vai ter que convocar seu novo 23º jogador, e algumas das opções são:

Vinícius Júnior: Foi uma surpresa ver a jovem sensação do Real Madrid, revelado pelo Flamengo, ter ficado de fora daquele que seria seu primeiro grande teste com a Amarelinha. Agora que surgiu uma vaga na Seleção, o atacante de 18 anos deve ser uma das primeiras escolhas de Tite para preencher a posição.

Lucas Moura: Outro nome que causou reboliço por sua ausência na convocação original, o atacante do Tottenham Hotspur viveu um verdadeiro momento de fênix no futebol inglês, carregando seu time nas costas até a final da UEFA Champions League. É verdade que os Spurs saíram derrotados pelo Liverpool, mas Lucas fez muito mais do que era esperado dele substituindo o lesionado Harry Kane nos momentos decisivos. Merecia uma chance.

Felipe Anderson: O meia do West Ham é versátil como Lucas Moura e talentoso como Vinícius Júnior, além de ter vivido excelentes temporadas recentes, tanto pela Lazio, seu time anterior, quanto pelo West Ham, onde o atleta de 26 anos jogou a Premier League de 2018-19 e acabou como vice-artilheiro do time. Provavelmente ficaria no banco, mas é a definição de “reserva de luxo”.

Dudu: Considerado por muita gente como um dos jogadores mais injustiçados por Tite, pode ser que finalmente tenha chegado a vez de Dudu. O atacante do Palmeiras está no auge da forma, foi um dos principais responsáveis pelos dois recentes títulos brasileiros do Verdão e ajudou seu clube a estar, de novo, isolado na liderança do Brasileirão. Qualidade não falta, o que falta é a chance de se provar com as cores da Seleção.

Renato Augusto: Eterno xodó de Tite, o meia de 31 anos fez o último gol brasileiro na Copa do Mundo de 2018, na eliminação perante a Bélgica. Causando alguma surpresa por sua ausência depois de seguidas convocações, o jogador do Beijing Sinobo Guoan é um dos mais cotados entre jornalistas para beliscar a vaga que se abriu.

O que acontece com o time?

É improvável que a formação tática da Seleção Brasileira mude, mas com certeza as peças das quais Tite dispõe vão ter que fazer papeis diferentes dos originais

A ausência de Neymar, mesmo o jogador tendo perdido a braçadeira de capitão, deve afetar o psicológico dos outros atletas de uma maneira ou de outra. Todo mundo se lembra bem do que aconteceu em 2014, quando o jogador ficou de fora do momento mais decisivo daquela Copa do Mundo, logo antes da semifinal contra a Alemanha, não é mesmo?

Parece improvável que Tite mude muito a formação do time por conta da ausência do camisa 10.  O 4-3-3 que estamos acostumados a ver não deve mudar, no máximo a posição de cada atleta dentro dele. É bem possível que caiba a Philippe Coutinho assumir o lugar na ponta-esquerda (até por isso Renato Augusto é candidato a voltar ao time, assumindo a posição no meio).

Independentemente do que Tite fizer, o óbvio é inegável: mesmo no meio das polêmicas, Neymar é o jogador mais técnico que o Brasil tem atualmente, e sua perda representa um buraco chato e difícil de reparar, especialmente às vésperas da competição mais importante da qual a Seleção vai participar desde o mundial da Rússia.

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