A Fifa (Federação Internacional de Futebol) tem mais de 200 entidades nacionais afiliadas. O número é o maior que o de países, pois até mesmo regiões que não são reconhecidas como independentes pela ONU (Organização das Nações Unidas) são aceitas pelos cartolas da entidade máxima do futebol.
Uma pesquisa por mais de duas centenas de campeonatos nacionais certamente vai mostrar que não há favoritismo maior para conquista que o do que o Paris Saint-Germain na Ligue 1. Nas últimas seis edições, o gigante venceu cinco títulos do Campeonato Francês e comprovou seu favoritismo com conquistas também na Copa da Liga da França e na Copa da França.
Assim, para quem gosta de fazer apostas em eventos esportivos, vai ser muito difícil encontrar uma barbada como esta. Na plataforma de Betfair, por exemplo, caso o PSG confirme seu favoritismo e aumente sua coleção de troféus faturando a temporada 2018/2019, cada real investido será multiplicado por 1,11.
Pode até parecer pouco. Mas obter um lucro de 11% em período de aproximadamente dez meses requer risco muito mais alto no mercado financeiro. Nenhuma aplicação considerada segura como, por exemplo, poupança, títulos do tesouro ou CDBs oferece tal retorno no mesmo período de tempo. Para alcançar ou superar essa marca seria preciso correr riscos na bolsa de valores. A chance de errar é muito maior do que o palpite em sobre quem vai ser campeão francês.
Zebra mostrou que está bem mansinha
A única exceção nessa lista de conquistas do Paris Saint-Germain foi o Monaco, que levou a taça em 2016/2017. Para isso, conciliou não apenas um desempenho muito acima da média do time monegasco, como também problemas no PSG, que passou por mudança de comando e apresentou desafios que o técnico Unai Emery, demitido ao final da temporada passada, não foi capaz de superar em sua primeira temporada na equipe parisiense.
Um novo ‘casamento’ dessas curvas de desempenho parece ser altamente improvável na temporada atual. Uma mostra disso foi dada logo na disputa da Supercopa da França. O PSG abriu mão de contar com seu trio fenomenal de atacantes, colocou uma equipe mista em campo e mesmo assim massacrou o rival. Goleou por 4 a 0 e colocou a primeira taça do ano em sua galeria, que dificilmente deixará de receber outros troféus ao longo da temporada.
O mais aguardado, naturalmente, é o da Liga dos Campeões da Europa. A conquista virou obsessão para cartolas, comissão técnica, jogadores e torcedores do gigante francês.
Na perseguição por esse título, o time colocou o técnico alemão Thomas Tuchel no comando e ainda trouxe aquele que por muitos anos foi considerado melhor goleiro do mundo. Depois de quase duas décadas na Juventus, Buffon deitou o time de Turim e virou titular absoluto no PSG.
Trio aparece como candidato ao vice-campeonato
Esse cenário faz com que a emoção da Ligue 1 fique reservada para a disputa do vice-campeonato e na batalhar contra o rebaixamento. No primeiro caso, Monaco, Lyon e Olympique de Marselha, que terminaram a temporada anterior separados por três pontos na classificação, aparecem como maiores candidatos. Nantes, Bordeaux, Rennes e St. Etienne figuram em um segundo pelotão. Devem disputar um lugar na Liga Europa.
A briga para permanecer na Ligue 1 deve promover muito mais emoções do que a luta no topo da tabela. Strasbourg, Amiens, Angers, Nimes, Reims e Toulouse aparecem como potenciais ocupantes dos três últimos lugares na classificação.
No Campeonato Francês, os dois piores são rebaixados automaticamente para a Ligue 2. Quem fica na antepenúltima posição ainda tem chances de disputar a repescagem com o terceiro colocado da Segunda Divisão. Na temporada passada, isso aconteceu com o Toulouse. O time conseguiu sobreviver na elite do futebol da França depois de superar o Ajaccio nos playoffs.
Disputa pela chuteira de ouro ganha ares de campeonato
Em um torneio sem grandes atrativos em relação à competitividade, a briga sobre quem vai ser o artilheiro da competição acaba ganhando um destaque maior. Especialmente porque o Paris Saint-Germain e seu poderoso ataque apresenta três candidatos reais a ficar no topo da tabela de maiores marcadores de tentos ao final da temporada.
O grande destaque é o uruguaio Edinson Cavani. Ele levou a chuteira de ouro na temporada anterior ao colocar a bola na rede em 28 oportunidades. Mesmo depois de ter perdido a condição de cobrador oficial de pênaltis da equipe para o brasileiro Neymar, que ficou na quarta posição com 19 tentos. O ex-jogador de Santos e Barcelona acabou sendo atrapalhado por uma lesão grave que o tirou dos gramados na reta final da temporada.
Neste ano, o jovem Kylian Mbappé, que até então era um coadjuvante nesse trio, ganhou status de ator principal depois de ter sido essencial na conquista da Copa do Mundo da Rússia pela seleção francesa.
Ao mesmo tempo que a larga vantagem técnica do PSG faz com que o trio tenha condições de brigar pela liderança na artilharia, a divisão pode abrir oportunidade para que jogadores de outros clubes, onde a produção ofensiva é mais centralizada, tenham a oportunidade de levar a melhor. Nesse caso, surgem como candidatos principais Florian Thauvin, do Olympique de Marselha, que balançou a rede 22 vezes na temporada anterior, e Memphis Depay, do Lyon, que terminou a edição 2017/2018 da Ligue 1 com 19 tentos em sua conta.
Time de Marselha abre a disputa
Caberá ao Olympique de Marselha dar o pontapé inicia na versão 2018/2019 do Campeonato Francês. Time de maior torcida do país, vai receber o Toulouse, nesta sexta-feira, 10 de agosto, a partir das 15h45 (horário de Brasília), no estádio Vélodrome.
A equipe, que passou algumas temporadas ‘namorando’ com o rebaixamento, passa por um momento de reconstrução graças ao aumento de investimento em contratações. Na temporada anterior, chegou à final da Liga Europa. Acabou sucumbindo diante do maior poderio do Atlético de Madrid, mas indicou que tem capacidade de crescer ainda mais.
A jornada de abertura do Campeonato Francês vai seguir até o domingo, quando Paris Saint-Germain e Caen vão completar a programação. Os jogos agendados são os seguintes:
Jogo | Dia | Horário (de Brasília) |
Olympique de Marselha x Toulouse | Sexta | 15h45 |
Nantes x Monaco | Sábado | 12h |
Angers x Nimes | Sábado | 15h |
Lille x Rennes | Sábado | 15h |
Montpellier x Dijon | Sábado | 15h |
Nice x Reims | Sábado | 15h |
St. Etiénne x Guimgamp | Sábado | 15h |
Lyon x Amiens | Domingo | 10h |
Bordeaux x Strasbourg | Domingo | 12h |
PSG x Caen | Domingo | 16h |
O Campeonato Francês tem 38 rodadas. Cada uma delas é composta por 10 partidas. A posição do país no ranking da Uefa, entidade que comanda o futebol europeu, faz com que os três primeiros colocados consigam lugar na Liga dos Campeões. Vencedor e vice vão direto para a fase de grupos. O terceiro colocado precisa disputar a fase de eliminatórias para chegar até lá.
O torneio leva apenas o quarto colocado para a Liga Europa. Porém, esse número tem chances de ser aumentado dependendo do desempenho ao longo da temporada e, também, do resultado da Copa da França, que também conduz ao torneio. Caso o ganhador da competição esteja no pelotão de cima da Ligue 1, isso abre uma vaga extra no campeonato.
Campeão da Segunda Divisão com 88 pontos (28 vitórias, quatro empates e seis derrotas), o Reims volta à elite do futebol carregando uma história de conquistas. Foi seis vezes campeão nacional, a última delas em 1961/1962. Chega acompanhado do Nimes, que ficou com o vice da Ligue 2 ao acumular 73 pontos (22 vitórias, sete empates e nove derrotas).