A palavra reconstrução é muito comum nos esportes americanos. Quando uma equipe precisa mudar vários jogadores e/ou treinador e diretoria, o termo vem à tona. Emprestando ela da NBA e NFL, Barcelona e Real Madrid precisam de uma reconstrução e já estão trabalhando nela.
Desde a temporada 2012/13 que a final da Champions League não tinha um dos dois grandes espanhóis. Até o Atlético de Madrid se juntou à festa da grande final em dois anos. Nesta temporada a Espanha viveu uma tragédia futebolística: o Real Madrid foi eliminado pelo Ajax levando um 4 a 1 em casa. O Barça não chegou à final porque não segurou uma vantagem de 3 a 0 do jogo de ida.
A reconstrução na NBA – maior liga de basquete do mundo – muitas vezes envolve a principal estrela. No Real Madrid, ela começou com Cristiano Ronaldo e Zinedine Zidane percebendo que o ciclo acabou e o clube tentando se enganar. Não durou muito. A era Julen Lopetegui foi curta e horrorosa, o interino Santiago Solari não durou e Zidane voltou.
Agora ele vai liderar esse processo, que não deverá contar com Gareth Bale e precisa de pelo menos uma grande estrela. Marcelo, cujo ciclo merengue parecia ter terminado, deve continuar.
Mas na verdade, tudo dependerá das compras. Caso o Real Madrid consiga ser sedutor para grandes estrelas, é provável que outras saídas aconteçam. Segundo o jornal Marca, 300 milhões de euros estão separados para a brincadeira.
O principal, claro, é do meio para a frente. Sem Ronaldo, o time perdeu a referência máxima. Benzema não foi mal, mas não pode ser o craque absoluto. Vinicius Junior ainda é muito verde, assim como Rodrygo. Caso eles sejam craques de nível mundial, isso deve demorar anos ainda.
Fala-se em Hazard, sonho antigo. Mbappé é mais complicado, já que custará uma montanha de dinheiro. Mesma coisa de Neymar, mesmo que a empolgação com sua chegada não seja grande entre os torcedores. O atacante Luka Jovic, do Eintracht Frankfurt, é mais barato e pelo visto o Real já ganhou a disputa dele contra grandes rivais… Como o Barcelona.
O Barcelona está mais perdido
Pode parecer muito estranha esta frase acima, já que o time catalão venceu a liga e não teve uma temporada patética como a do Real. Mas a tragédia de Liverpool, junto com o vexame de Roma na temporada anterior e a falta de proximidade com o que fez o clube grande nos últimos anos é preocupante.
O Barcelona não usa mais sua base e o núcleo que deu as três Champions nos últimos 10 anos está envelhecendo. Não sabemos quanto futebol de alto nível há em Busquets e Pique ainda. Lionel Messi continua genial, mas ele fará 32 anos no fim de junho.
E o time contrata mal. Dembele gerou mais notícias com lesões e saídas à noite/atrasos em treinos que jogando, por mais que tenha atuações boas de vez em quando. Philippe Coutinho até agora não valeu nem um terço dos 160 milhões de euros pagos.
A solução foi olhar para a Holanda, pela enésima vez. Muitas vezes deu certo. Frenkie De Jong já foi contratado e se você me falar qual é a posição dele, você será o primeiro a conseguir defini-la. Ele deve ser um Xavi no meio do Barcelona, mas pode jogar mais atrás (até como líbero) e à frente como um armador.
Agora o Barcelona também quer o zagueiro Matthjis de Ligt, mas o Manchester United ofereceu casa, carro e roupa lavada. E um salário semanal de quase 1,2 milhão de reais.
Mas por enquanto a negociação que mais chama a atenção é a de Antoine Griezmann. O atacante francês é colocado no Barcelona pelo segundo verão seguido. Ano passado, ele reassinou com o Atlético de Madrid. Agora ele pediu para sair.
Tudo bem, tudo certo. Mas é estranho que o time da base esteja só olhando para o mercado. Carles Aleñá, um dos últimos que subiram, deve ter espaço periférico apenas.