A rodada das goleadas impossíveis na Inglaterra

Um fato simples que quase todos aceitam hoje em dia no futebol é o seguinte: a Premier League inglesa é o campeonato a ser visto para quem quer qualidade e, principalmente, gols a rodo. Isso já era uma verdade, mas na rodada #4 do Inglês o que vimos foram jogos inesquecíveis e uma situação que dificilmente deve se repetir.

Também vamos falar sobre o que rolou nas outras ligas europeias, que acabaram um pouco ofuscadas pela da Terra da Rainha, mas também tiveram seus momentos!

United leva 6 do Tottenham no Old Trafford

Desde que os Spurs se tornaram uma força mais relevante na Inglaterra e o United viu uma certa queda de produtividade nos anos pós-Ferguson, o duelo entre os clubes de Londres e Manchester, respectivamente, se tornou um belo evento a cada temporada.

Acontece que, belo evento ou não, ninguém nunca tinha visto algo com o que rolou no Old Trafford no último sábado (3), tirando a idêntica goleada aplicada pelo Manchester City em 2011: 6×1 para os visitantes. O técnico Solskjaer, inclusive, já declarou que foi o pior dia da sua carreira.

O que se viu em Manchester foi um jogo com muita polêmica, mas ainda mais erros de parte dos anfitriões, que chegaram a abrir o placar com Bruno Fernandes, cobrando pênalti assinalado com menos de 1 minuto de jogo. Em poucos minutos, porém, a defesa milionária do United falhou duas vezes e os Spurs viraram com Ndombélé e Son.

O sul-coreano, aliás, em parceria com o monstro Harry Kane, deram show à parte, cada um com dois gols (sendo um deles via assistência do inglês para o coreano, inclusive).

A grande polêmica do jogo, porém, ainda rolou quando estava 2×1, no primeiro tempo: empurra-empurra pré-escanteio entre Lamela e Martial na área do United, cotovelada pra cá, cotovelada pra lá, mas só o jogador do Manchester United expulso. Polêmico, sem dúvida, ainda mais num jogo com VAR, mas decisão tomada.

Dali em diante a coisa degringolou de vez para os Diabos Vermelhos, que sofreram a pior goleada da Premier League no seu estádio (ao lado da já citada em 2011 contra o City) e ainda tiveram que engolir o sapo de ver Mourinho sorridente ao lado do campo. Um pesadelo.

Liverpool é humilhado pelo Aston Villa: 7×2

Nem Jack Grealish, nem o Liverpool puderam acreditar no que rolou no Villa Park: 7×2 dos azarões sobre os campeões

Se a coisa foi ruim para o lado do Manchester United, seu rival histórico Liverpool conseguiu ser no mínimo tão ruim quanto, no placar mais inesperado da Premier League em muitos anos, podemos dizer, e a pior derrota dos Reds na Premier League moderna: 7×2 para o Aston Villa.

Ao contrário do United, que jogava contra um time de peso e ponta de tabela, o Aston Villa – com todo respeito aos gigantes de Birmingham – é um time bom, tanto que segue 100% (o único), mas até a temporada passada lutava contra o rebaixamento e, antes disso, estava na Segunda Divisão.

o Liverpool é o atual campeão, o time que bateu os fortíssimos Chelsea e Arsenal nas rodadas anteriores e mete medo em qualquer grande da Europa há uns bons anos. O que se viu no Villa Park foi algo tão fora da curva que é difícil enxergar uma repetição na próxima década ou até mais. Para se ter ideia, a última vez que o Liverpool tomou 7 gols foi em 1963 – ironicamente, do Tottenham.

O jogo começou quente, com o Aston Villa abrindo o placar aos 4 minutos e ampliando os 22 – o que já era surpresa diante de um time de defesa sólida quase sempre. Aliás, embora seja cruel apontar dedos, mas certamente o número absurdo de gols faz o olhar inquisidor crescer para o lado do goleiro Adrián, que substitua o brasileiro Alisson, lesionado.

Resumo da ópera: Liverpool falhando mais do que deveria, com o goleiro entregando a paçoca no primeiro gol e falhando em outros, a zaga sem funcionar e um meio sem criatividade. Quem se salvou foi Mohamed Salah, que meteu os dois gols dos Reds.

Já o Villa merece todo o mérito, embora as falhas dos visitantes. Jogadores como Grealish, Barkley (recém-emprestado do Chelsea) e principalmente Watkins, autor de um hat-trick, voaram em campo e deram show. Jack Grealish, aliás, podia ter transformado o placar em 8 ou 9 tranquilamente.

Méritos também para a muralha que o Villa chama de goleiro, Martínez, que até foi vazado (pela primeira vez na temporada), mas fez grandes defesas e manteve seu time sempre na frente – aqui entra o autor-torcedor do Arsenal: que saudades do meu ex!

Goleadas “discretas” e outros placares

Quase todo mundo acabou ofuscado por isso que rolou, mas outros times merecem destaque, sendo o primeiro o líder Everton, que venceu mais uma: 4×2 pra cima do Brighton, com show de James Rodríguez – o colombiano marcou duas vezes.

O Chelsea também ganhou: 4×0 sobre o Crystal Palace. Também em Londres, o Arsenal fez sua parte e se reencontrou com a vitória ao bater o Sheffield por 2×1, sem brilho, mas com eficiência.

Fechando a turma de cima, Leicester e Manchester City decepcionaram. Os Foxes perderam feio para o West Ham, por 3×0, em pleno King Power Stadium, enquanto que os Citizens ficaram num 1×1 suado com o excepcional Leeds do técnico Bielsa – olho nos Whites! É o segundo revés do City, que havia sido goleado pelo Leicester na rodada anterior.

Mais gols pela Europa

Lewandoswki, como quem não quer nada, fez os 4 gols num jogo que chegou a estar 3×3 nos acréscimos

O PSG de Neymar já havia vencido na sexta-feira, como você pode relembrar no post de pré-rodada, mas outros brasileiros brilharam pela Europa – começando por Vinícius Júnior, que fez o primeiro gol do Real Madrid na vitória de 2×0 sobre o Levante. Ainda na Espanha, o Barcelona desapontou e ficou no 1×1 no clássico contra o Sevilla.

Na Bundesliga, os dois gigantes se redimiram de derrotas na semana passada e viram chuva de gols em seus jogos. O Borussia bateu o Freiburg por 4×0, com facilidade, enquanto o Bayern fez um jogaço espetacular contra o Hertha Berlim, vencendo por 4×3 com três gols no finzinho – até os 40 do segundo tempo estava 2×2. Lewandowski – quem mais? – fez os quatro dos Bávaros.

Para terminar, a Itália teve rodada esquisita. Tivemos – ou melhor, teríamos – dois clássicos, sendo o primeiro o 1×1 entre Inter e Lazio, com um expulso pra cada lado, e outro de Juventus x Napoli, que simplesmente não aconteceu por motivos de COVID no elenco do Napoli, que foi proibido pela Justiça Italiana de viajar. A Juve não quis saber, entrou em campo e clamou vitória por W.O., no que foi apoiada pela Liga Serie A. A história, porém, deve ir além, entrando na Justiça.

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